top of page

Cultura Cigana

  • Foto do escritor: Imperial Coro DO Penedo
    Imperial Coro DO Penedo
  • 7 de nov. de 2022
  • 4 min de leitura

ree

Imagine um mundo em que as pessoas por muito tempo não tinham endereço fixo, documentos, conta em banco, carteira assinada nem história registrada documental. E que o encanto da vida deles passava despercebida. A única certeza é que nunca faltará o fascínio de suas vidas, e alegrias ao longo de sua interminável jornada. Bem-vindo ao mundo cigano.


O universo cigano é tão antigo e extenso, tão cheio de crenças e histórias que nem mesmo seu próprio povo conhece bem o limite entre verdade e lenda. É que o nome “cigano” designa muitos povos espalhados por quase todas as regiões do mundo. Povos com diferentes cores, crenças, religiões, costumes, rituais, que, por razões às vezes difíceis de compreender, foram abrigados sob esse o imenso guarda-chuva (assim como populações muito diferentes são chamadas de índios).

ree

A partir da constatação da semelhança entre as línguas romani (praticada pelos rom, o maior dos grupos ciganos) e hindi (variação do sânscrito, praticada no noroeste da Índia, onde hoje fica o Paquistão), foi possível elucidar a primeira e grande diáspora cigana. Um grande contingente, formado, possivelmente, por uma casta de guerreiros, teria abandonado a Índia no século 11, quando um sultão persa invadiu e dominou o norte do país. De lá, emigraram para a Pérsia, onde hoje fica o Irã. A natureza nômade de muitos grupos ciganos, entretanto, também permite supor um movimento natural de imigração que tenha chegado à Europa conforme suas cidades se desenvolviam, oferecendo oportunidades de negócios para toda sorte de viajantes e peregrinos.

É difícil saber o que veio primeiro, hábitos pouco ortodoxos ou o preconceito em relação a uma cultura tão diferente. Ciganos tem a pele escura, muitos filhos, uma língua indecifrável e origem desconhecida. Talvez a falta de oportunidades de emprego tenha sido a causa do seu destino artístico. Eram enxotados e então se mudavam, levando novidades dos lugares de onde vinham. Assim, surgiu a fama de mágicos, feiticeiros. Se todos acreditavam nisso, por que não aproveitar para fazer dinheiro? E, então, as mulheres passaram a ler as mãos, a prever o futuro. Negociar objetos era outra forma de sobrevivência, os ciganos tinham acesso a mercadorias “exóticas” e podiam leva-las para onde quer que fossem.


ree

Mas, apesar de todas as divergências, algumas características permitem traçar um perfil comum a esses grupos. A primeira delas é o espírito viajante. Ainda que nem todos sejam nômades, os ciganos não se sentem pertencentes a um único lugar. Não criam raízes, não têm uma noção concreta de propriedade – estão sempre fazendo negócios com seus pertences, preferencialmente em ouro, que não perde valor e é aceito em qualquer nação (por isso a imagem cigana é vinculada ao uso do ouro como adereço, especialmente nos dentes das mulheres). Eles não gostam de se submeter a leis e a regras que não sejam as deles. Prezam, acima de tudo, a liberdade. Assim, podem até se estabelecer por muito tempo em um mesmo lugar (como é comum entre o povo penedense). Mas, nesse caso, procuram morar em uma mesma rua ou, de preferência, em acampamentos onde possam preservar sua autonomia e manter a unidade familiar – outro aspecto primordial na vida cigana.


(O Líder)

É em torno da família que uma comunidade cigana se organiza. Há um líder, sempre um homem, nomeado por mérito e não por herança. Ele é escolhido levando em conta vários aspectos. Um deles, importantíssimo para conseguir alugar um terreno, participar de feiras, é ter um documento de identidade, o que se tornou um verdadeiro desafio – por muitas vezes o cigano não consegue registrar o nascimento dos filhos porque não possui documentos próprios, em um processo sem fim. Também deve ser um bom interlocutor entre o poder público e seu grupo.

Quando um cigano morre, há um processo de morte que se instala em todos os indivíduos do grupo. Os ciganos realizam rituais de cura assim que é diagnosticada a doença. Além de aceitar a medicina tradicional, eles recorrem a rezas, correntes de orações, garrafadas de ervas, chás e simpatias, geralmente ministradas por curandeiras do grupo.


ree

Um fato que os ciganos fazem questão de esclarecer é que eles não são uma religião, mas uma etnia, assim como acontece com os índios, que possuem diversas tribos. A crença em um ser superior é algo presente na cultura cigana, assim como a valorização da família, a alegria e a certeza de que o dia seguinte sempre será um dia melhor.

Tanto no Brasil quanto na Europa, o analfabetismo entre os ciganos é alto. Enquanto não forem compreendidos, eles se mudarão e começarão tudo de novo. Seguirão vivendo sua saga cigana. Lembrados sempre com preconceito, sendo sinônimos de esperteza para os negócios e de uma vida incerta, os ciganos sofrem, no dia a dia, inúmeras dificuldades para se inserir na sociedade.


ree

Penedo é um caso clássico, mais de dois mil ciganos estão fixados na cidade durante muitos anos, que curiosamente em tempos passados seus filhos não eram matriculados em escolas públicas por serem crianças ciganas, um acontecido condenado e uma regra que não é mais praticada em nossa cidade. Os ciganos moradores em Penedo são reconhecidos e respeitados pelo poder público, com direitos a conquistas de instituir nomes dos seus antepassados em vilas e ruas por bairro


 
 
 

Comentários


Contato

82988800352

Seguir

  • Facebook
  • Twitter
  • LinkedIn

©2021 por Imperial Coro do Penedo. Orgulhosamente criado com Wix.com

bottom of page