Cante em Coral
- Imperial Coro DO Penedo

- 13 de dez. de 2022
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Atualizado: 14 de dez. de 2022

O canto coletivo sofreu enormes transformações ao longo de toda a sua história. As suas origens remontam às manifestações rituais primitivas do homem. A música popular — aquela que mergulha as suas raízes na criação das primeiras sociedades humanas — soube conservar o gosto instintivo do homem pelo canto. Para a tradição da chamada música erudita, o canto converteu-se na imagem imitável do natural. Será difícil delimitar, mesmo a traços largos, quais foram os intricados caminhos que a sua evolução trilhou, desde as épocas recuadas em que se confundiam arte e magia até à contemporaneidade das mais díspares formações corais, mais ou menos divulgadas no nosso tempo. O desenvolvimento histórico do canto em grupo, no campo da música séria ou culta, pode considerar-se paralelo à própria evolução das formas e linguagem musicais do Ocidente. De certo modo, estão reciprocamente relacionados e poderia afirmar-se que, pelo menos até o aparecimento da tonalidade moderna, a segunda está explicitada no primeiro. A supremacia do canto em relação aos restantes meios de produção de som (que poderia explicar-se segundo causas religiosas, políticas, sociais, etc., que é impossível aprofundar aqui) é perfeitamente reconhecível nos dois grandes períodos de organização modal: a monodia e a polifonia.
Grupos corais e seus gêneros:
Coros de empenho: grupos corais que pertencem à instituições cuja a atividade principal não é música. Nesta categoria estão contidos coros profissionais ou amadores ligados a algum tipo de órgão, grupos de empresas, grupos de estabelecimentos educacionais que não sejam de música especificamente.

Coros religiosos ou sacros: grupos corais que são ligados à instituições religiosas, cujas atividades principais se desenvolvem de acordo com a programação litúrgica da mesma.
Coros de escolas técnicas e superiores de música: grupos ligados a instituições educacionais de música cujo objetivo maior é o desenvolvimento acadêmico. A partir do momento que estes grupos começam a tomar o fôlego da subsistência, eles gradativamente se tornam uma organização mais estruturada adquirindo muitas vezes uma identidade quase que autônoma da própria instituição.
Coros independentes: Grupos corais que não são ligados à instituição alguma, geralmente criados por idealismo do próprio regente ou de um grupo de líderes. Alguns destes grupos também surgiram por algum tipo de desligamento de instituições a que estavam antes filiados. Além das considerações acima apresentadas, e considerando alguns pontos de vista musicais como: quais os tipos de grupos e tipos de vozes que se pode juntar para reger, quais os grupos sociais a que pertence o coro, quais os níveis artísticos que se podem atingir baseados na dificuldade de repertório, quais os objetivos gerais que se pode alcançar, os gêneros corais podem ser classificados de maneira levemente diferente da mencionada acima. Porém, um dos fatores mais importantes que irão delinear o trabalho e características de um gênero é o repertório com as suas implicações, tais como: extensões vocais, o uso de agrupamento das vozes (SCTB), sua complexidade, seus estilos históricos, etc. Abaixo estão os gêneros assim classificados:

Coros infantis: Grupos corais formados por crianças que ainda não passaram pela muda vocal. Freqüentemente atividades de iniciação musical, com suas variadas metodologias, são utilizadas com as crianças. Estes métodos deveriam ser aplicados por todos os regentes de corais infantis, pois eles trazem tremendos benefícios para a formação musical do indivíduo.

Coros Masculinos: Grupos corais formados de homens que podem também fazer uso de falsete ou sua voz de cabeça. Portanto este grupo pode ser ou de vozes iguais ou mistas. No entanto, é muito raro o uso de falsete constante onde se trabalha um repertório misto frequente.
Coros Femininos: Coros formados por mulheres e moças. Estes grupos são definidos como de vozes iguais.

Coros Adultos Mistos: Grupos de homens e mulheres com vozes maduras. O repertório pode conter extensões variadas onde se exige vocalmente do cantor.
Coros Comunitários: Grupos corais formados por gente de uma comunidade específica de caráter social, religioso ou político. Geralmente são pessoas leigas em música cujo objetivo pessoal é o de ter uma atividade a fim de obter satisfação ou realização pessoal. Muitas vezes o cantar pode ser algo com objetivos secundários.

Coros Sacros: Os chamados coros de igreja, estes tem objetivo de enriquecer as atividades litúrgicas em uma comunidade eclesiástica. Seu repertório é quase que exclusivamente de músicas sacras e suas participações musicais, em sua maioria, são dentro da própria igreja ou instituição religiosa.
Coros de Empresas: Estes são de dois tipos. O primeiro, em sua vasta maioria (quase que a totalidade) existe com objetivos de se ter um grupo na empresa com atuação artística nas atividades sociais ou de cunho patriótico. Seus participantes geralmente são funcionários das empresas que tem alguma ligação com a música coral, porém o fazem por amor; O segundo tipo, tem o objetivo de representar a instituição em suas variadas atividades sociais de cunho interno ou mesmo externo. Este grupo pode levar o nome da instituição em uma grande porção de variados eventos, principalmente fora da casa. Embora sejam casos raros, existem propostas para que, como em algumas situações do esporte brasileiro, os membros do grupo coral estejam contratados somente para exercer a função de cantores do coro, exatamente para dedicarem-se exclusivamente para representar a instituição quando necessário.

Coros Profissionais: Segundo definições pelos especialistas, um coro pode se tornar profissional sob duas situações diferentes. Alguns deles acham que somente uma delas indica o fato do grupo ser profissional, que é quando há salários ou proventos para que o cantor exerça a função. Outros acham que profissional é o grupo cujas pessoas têm formação acadêmica para tal. Ou seja, estudaram para exercer a função. De qualquer maneira, sob uma ou ambas as circunstâncias, é dos gêneros mais raros no país.
Coros Universitários: No Brasil, existe uma situação interessante em relação a alguns corais universitários. Existem alguns grupos que são ligados diretamente à reitoria através de decanatos ou pró-reitorias de assuntos ou ações comunitárias e não ligados a departamentos de música. Muitas vezes esses grupos foram originados nos Campus em conseqüência de atividades da comunidade sem a iniciativa do departamento de música propriamente dito. Desta forma, com a solidificação do movimento na universidade, estes grupos se tornaram uma atividade comunitária e de representatividade externa (quando necessário) da instituição a que estão ligados. Poucos são os corais universitários no país ligados ao departamento de música.
Coros de Escolas Secundárias: Coros de jovens cujo repertório a ser desenvolvido, em sua maioria das vezes, deve ser mais leve por consideração das extensões vocais dos cantores envolvidos. Para os grupos que trabalham com repertório musical mais simplificados, existem arranjos musicais próprios para este gênero compostos a três vozes. Soprano, contralto e barítono. Semelhantemente aos coros universitários, estes grupos surgem mais como uma atividade comunitária no meio escolar, do que como uma atividade acadêmica. São as chamadas atividades extra classes.

Coros Infanto/Juvenis: Considerando o repertório, são grupos semelhantes ao gênero anterior, com a diferença de que as vozes de soprano e contralto (ou primeira e segunda vozes) são infantis. Grupos que surgem principalmente em igrejas e escolas, seu repertório consta preferentemente de peças sacras e folclóricas.
Coros líricos e Sinfônicos: Este gênero tem o repertório como principal fator indicativo. Estes grupos usualmente realizam peças sinfônicas para coro e orquestra, coros de ópera, operetas ou peças de estilos semelhantes. Eles geralmente pertencem há teatros municipais, estaduais ou nacionais, como um dos três corpos quando há estrutura para tal (orquestra e bale são os outros dois) ou a instituições superiores de música.
Há também os coros sinfônicos comunitários, que tem a mesma estrutura do primeiro, porém são mantidos e abertos para toda a comunidade sem ser seletivos.
Coros Cênicos: Grupos que tem como características executarem tanto concertos como shows onde utilizam também da coreografia para suas apresentações. Seu repertório consiste em grande parte de peças incidentais onde estórias são contadas tais como:
Óperas, operetas ou cantatas cênicas. Porém estes grupos não ficam restritos a este tipo de repertório somente.

Coros de Câmara ou Madrigais: Grupos cujo número de participantes é restrito. Estes termos são originados na história da música. O termo câmara, que dentre as suas definições, compõem-se aposento, compartimento, surgiu quando a prática musical começou a se espalhar para além dos espaços da igreja até atingir os locais dominados pela aristocracia. Exa

tamente pelo fato de apresentações serem realizadas nos aposentos das cortes da época. Inclusive, havia a prática de sonata da chiesa em contrapartida à sonata da câmara. O termo madrigal originalmente se refere a um forma composicional utilizada durante a renascença na Itália. Eram peças musicais seculares cantadas por grupos vocais com uma pessoa por voz. Daí, despontaram grupos madrigalescos fazendo predominantemente esta forma musical. Com isso, como forma derivativa do termo original, grupos de limitado número de pessoas surgiram com o nome de madrigais.

Coros de Terceira Idade: Este termo se refere a alguns grupos corais que tem surgido em tempos modernos cujos participantes são pessoas idosas. Esta atividade tem tido relevada participação em diferentes cidades brasileiras por proporcionar a estes cantores uma ocupação que lhes desenvolve o ânimo, o moral, o humor, etc. Também causa um profundo sentido de auto realização em cada cantor.

Grupos vocais: Semelhantemente aos grupos de câmara e madrigais, estes grupos também tem número restrito de pessoas. Porém suas atividades, objetivos e repertório são diferentes. Geralmente são grupos que realizam shows ou participam como back up vocal de cantores ou instrumentos solistas. Seu repertório, em grande parte, consiste de música popular, jazz, gospel ou jingles para rádio ou Televisão.
fonte: Aulas de Músicas



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